sábado, 4 de setembro de 2010

Desabafos indefinidos

Por muito tempo tentei que compreendesses que nada do que fiz foi por mal. Empenhei-me em tudo, fiz planos, partilhei histórias, quis ficar perto de ti a cada segundo, cada minuto da nossa existência. Tentei que tudo fosse tão perfeito… que falhei. Falhei por não te ouvir, falhei por não ouvir a mim mesma, falhei por não te ter deixado ir mais cedo. Talvez tivesse restado algo mais.
Não vou esconder que não sinto falta, que não sinto saudades. Sim, sinto. Não de algo tão intenso, tão possessivo, tão autêntico. Sinto falta, sim, dos mais pequenos pormenores, dos passeios, das palavras de amizade que expressávamos um ao outro através do olhar.
Se me arrependo? Não, não me arrependo de nada.
Se voltava atrás e repetia tudo de novo? Também não. Foi algo tão único que uma segunda vez iria estragar a magia da primeira.
Quero continuar a recordar, quero continuar a viver esta saudade, sem perceber o porquê do partires e nada deixares. Quero que continues a caminhar em frente, quero que cada vez estejamos mais longe… para eu puder continuar a recordar. Para eu continuar o meu caminho. Se, por acaso, um dia tenhas de voltar… volta, não precisas de pedir licença, a minha amizade continua afincadamente aqui. Mas volta apenas, e somente apenas, se necessário. A amizade continua a ser tua, mesmo que o caminho já não seja o mesmo.