domingo, 5 de setembro de 2010

Alma Gémea

Desde sempre pensei que a minha alma gémea fosse o meu primeiro amor. Pensei que ficaria eternamente com ele, numa felicidade exímia e sem precedentes. Julguei que com todo o amor que eu tinha para dar, o sentimento cada vez se intensificasse mais e se tornasse, por si só, indispensável e único.
No entanto, trabalhei sozinha, fiz planos infundados em expectativas irrisórias, pensando ininterruptamente que seria “para sempre”. Esse “para sempre” encontrou o seu fim. Um fim triste e amargurado, sem quaisquer reticências ou pontos de interrogação. Foi um ponto final como eu nunca tinha imaginado. Um ponto final grotesco, cheio de dúvidas. Um final, esse sim, “para sempre”.
A alma gémea desapareceu. Talvez ande por aí, no outro recanto do planeta, esperando por mim, por ti, por nós… Talvez nem exista, mas teimo em acreditar que sim, que anda por aí, vagueando, esperando me encontrar após a curva da Terra.
Almas gémeas… encontram-se todos os dias, pensando o ser. Separam-se deixando de pensar que o são, acreditando que nunca mais encontrarão alguém que os faça ter formigas na barriga, que os faça acreditar sem ver, sentir sem pensar.
Descobri que a nossa alma gémea não tem de ser necessariamente o primeiro amor, aquele que nos arrebata intensamente e nos deixa sem fôlego só de o ver chegar. A nossa alma gémea é a pessoa que mais insiste e persiste em estar a nosso lado nos momentos cruciais, e, na maioria das vezes, sem repararmos que está por lá. É aquele que não se importa de não receber algo vindo de nós, mas nos dá o mais importante que a vida nos pode dar: a verdadeira amizade.